quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Valhalla Rising - Destino de Sangue [2009]


Senti-me quase que obrigado a comentar este filme já que foi graças ao nosso amigo Simões que o seu nome me chegou aos ouvidos. Conversa de café, piadas aleatórias, galhofa da grande, mini na mão, e pumba..."Valhalla Rising" surge assim no meio da conversa. "Filme mais à toa que já vi, vikings de um lado para o outro, um deles só tem um olho..." e eu a começar a ficar com a pulga atrás da orelha. Sei que o nosso caro anfitrião já fez um breve comentário ao filme em questão noutro post mas como o dito era sobre Nicolas Winding Refn (realizador de "Valhalla Rising"), atrevo-me a ser um pouco repetitivo.

"Valhalla", na mitologia nórdica ou escandinava é o local onde os guerreiros vikings eram recebidos após terem morrido, com honra, em batalha (quem não adora a wikipedia!?). Pois é disto mesmo que se trata no filme. De uma busca por esse tal "Valhalla". Neste grande filme; artístico demais para as grandes massas; dei por mim a divagar nos meus pensamentos mal começou e a certo ponto desejei que as legendas estivessem tão mal traduzidas que pudessem ser pretexto para desistir. No entanto, a forte componente fotográfica e as paisagens de cortar a respiração obrigaram-me a manter uma relação amor-ódio com cada segundo de filme. Digamos que apesar de não se poder destacar uma história flagrante, concisa, perfeitamente estruturada e explicada, de todo deixa de ser cativante e despertou em mim a necessidade de saber o que se passará nos próximos minutos. Regredindo até à presunçosa frase "artístico demais para as grandes massas" é muito por culpa do ritmo lento e quase que melancólico associado que afasta desde logo muita da vontade que se possa ter em ver o filme. Porém há sempre alguém capaz de dar outro nome a "uma grande seca" e eu decidi chamá-lo de "um ritmo lento que, embora extenuante permite uma melhor absorção de cada emoção que as personagens/situações nos tentem transmitir". E é aí que entra a personagem principal do filme, One-eye; um "bárbaro" guerreiro e prisioneiro de um olho só, capaz de batalhar contra qualquer adversário(s) e ,no entanto, incapaz de falar ou de exprimir outra expressão que não a indiferença. Diria que o que cativa mais no filme é a natureza calma e ao mesmo tempo intensa de One-eye ao longo da sua caminhada na companhia do seu jovem protegido.

 Em suma, "Valhalla Rising" acaba por ser um filme que nem todos podem ver. Discriminação à parte, não é filme para qualquer cabeça... não que seja uma tentativa de superiorizar quem o tenha visto e gostado, mas não é um filme de lazer e muito menos de entretenimento. Há mais pra ver neste filme do que as imagens, há mais para ouvir do que os sons, e é isso que faz os filmes de culto. Completamente desaconselhado para toda a gente excepto se, e cito o nosso caro Simões, "gostam de filmes independentes, apreciam cinematografia, ou são hipsters, pseudo-intelectuais ou verdadeiros intelectuais".


Nota de entretenimento: 3/145
Nota de imagem/fotografia: 63/70
Nota de banda sonora: 4/6
Nota de interesse: Demasiado marado para muita cabecinha

4 comentários:

  1. Grande... disseste tudo o que eu queria dizer e não consegui!

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  2. Espera aí que ainda há mais. Mas como são "spoilers" estou a ver se arranjo maneira de "esconder" o que vou escrever.

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  3. Já deste conta que este blog é tão exclusivo que só nós os dois é que vamos comentar aqui? jajaja

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  4. É sinal que precisas de um perito em marketing e publicidade. Ou começamos a divulgar mais isto

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